sábado, 12 de abril de 2008

Na ausência de notícias, Crônica

Salão de desembarque

Hoje a noite fui ao aeroporto buscar a minha mãe que vinha de Brasília e me deparei com a talvez mais fantástica profissão do ser humano: Guardinha da porta do salão de desembarque. O que lá vi durante 15 minutos, este cara deve ver o dia todo. Pessoas ansiosas de um lado, do outro também. Cada alma que passava por aquela porta era um novo sorriso, uma nova lágrima de felicidade.

Infelizmente alguns aparecem sem sorrisos e sem ninguém esperando, passam emburrados, ignorando a alegria que contagia naquele momento.De repente aparece um senhor que eu acredito fazer parte deste grupo de desafortunados. Ele, com seu carrinho de malas, dispara em direção reta, fazendo todos no caminho desviar para poupar seus dedões do pior. Mas, do nada, ele freia bruscamente e abraça o seu irmão que o esperava no final da multidão. Ah se todos os atropelos fossem por uma nobre razão como esta.
Então surge uma outra pessoa, também do sexo masculino, mas desta vez mais jovem. O rapaz trajando o uniforme do Flamengo atravessa o salão sem ser cumprimentado por nenhum dos presentes, não os culpo, contudo não culpo ele também.
Mas voltando à alegria, como existem casais separados por um Boing neste país. Os reencontros se dão desde a mais apaixonada garota, com seus olhos já vermelhos de emoção, e o garoto que, com um sorriso daqueles, só pode ter ganho na Sena, até os amantes de incontáveis anos, os quais carregam indescritíveis olhares, como se seus 60 anos tivessem sido dedicados à preparação para aquele reencontro.

Por último, recordo aqui também aqueles que chegam na cidade desconhecida e encontram em plaquinhas conectadas a seres humanos os seus destinos. Imagine a surpresa de chegar em um local novo e lá encontrar alguém que você nunca viu na vida, mas está lá só para te ver e ser teu guia neste novo mundo.

Por estas histórias, e tantas outra que infelizmente não presenciei, que afirmo que caso minhas carreiras na área das Humanas falhem, me tornarei então um Guardinha de salão de desembarque, profissão a qual, em se trantando de "Humanas", não deixa nada devendo a nenhuma outra.

Ah, e a minha mãe chegou bem de viagem sim, obrigado.

Um comentário:

Nane disse...

Continua escrevendo maravilhosamente bem ein Celowwww
Beijos
Ane